domingo, 28 de março de 2010

Ilha do medo

Esquecimento ou inconsciência podem ser formas humanas de redenção?

A meu ver, essa é a grande questão desse filme denso e alucinatório.

Como minha árvore genealógica possui alguns frutos um pouco fora do padrão de normalidade...rs, tenho até certo conhecimento acerca da complexidade dos atalhos da mente humana, mas a abordagem do filme é surpreendente.

Prometo não contar nada que tire a surpresa daqueles que não assistiram, mas ver Leonardo DiCaprio desfigurado, logo nas primeiras cenas, é um grande presságio do que está por vir. Depois, vem a solidão de um navio quase fantasma e a visão de um porto mais sinistro que a travessia. Chega-se então a uma ilha que abriga supostos loucos, ou criminosos. Ou serão criminosos por serem loucos? Ou ficaram loucos por serem criminosos? Todas as possibilidades são válidas.

O agente federal Teddy Daniels (DiCaprio) deve investigar, juntamente com seu companheiro Chuck, a fuga de uma prisioneira. O comportamento de todos que vivem na ilha, uma mistura de medo e cumplicidade, indica de forma mais ou menos sutil, que existe algo suspeito no ar. Mas, mais surpreendente que o fim é o percurso, e mais ainda a percepção de como, ao lidar com traumas, podemos ser hábeis em criar uma mentira fácil de acreditar.

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