domingo, 28 de fevereiro de 2010

Não percamos tempo...

















"...Porque do tempo que passa
se resgata pouco
E do tempo perdido
não se resgata nada!..."



Um filme para ser sentido...

Hoje acordei mais cedo que o normal para um domingo e resolvi assistir um filme francês que havia começado a ver na quinta, mas que acabei dormindo bem no início. "Há tanto tempo que tem amo" - uma grande surpresa!
Confesso que o sono sentido na primeira tentativa me dominou até a metade do filme, mais ou menos. Trata-se, em princípio, de uma história simples, como tantas outras de crime e castigo. O ápice acontece quase no final, quando a "trama" é revelada.
Para mim, ficou algo que tenho cultivado em minha vida há bastante tempo - o  "não julgarás". Mas, essa é uma outra história...
Mais que para ser visto, esse é um filme para ser sentido... Portanto, não recomendo a todos.

Uma surpresa tão grata quanto o final, é a música tema - Dis quand reviendras-tu (Diga, quando você volta?), simplesmente maravilhosa. (Link abaixo)

http://www.goear.com/listen/6b4a023/dis-quand-reviendras-tu-j.l.-aubert

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Carnaval em BH

Deixa eu contar
O que há de melhor pra mim
Não é o bordão
deste meu violão
Nem a prima que eu firo assim
Não é a cachaça
Nem a fumaça
que no meu cigarro vi
Belo Horizonte
Deixa que eu conte
Bom mesmo é estar aqui...

(Belo Horizonte, Noel Rosa, 1935)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Impotência

Acabo de chegar em casa com um enorme nó na graganta e estou escrevendo para desabafar. Chegando de viagem, peguei um táxi dirigido por um senhor idoso com sérios problemas auditivos. Logo que entrei no carro e falei meu endereço, ele pediu que eu falasse mais alto, pois não estava ouvindo. Fui falando cada vez mais alto e ele continuava sem entender. Por fim, pareceu compreender, mas ao invés de me levar para a Rua Prof. Morais, pegou o caminho para a Av. Prudente de Morais. Quando percebi o erro, tentei alertá-lo, mas ele simplesmente não ouvia meus gritos. Fui obrigada a tocá-lo no ombro e berrar, como nunca me lembro de ter feito na vida. Fiquei muito nervosa e pedi que ele parasse o táxi, mas obviamente não fui ouvida. Tentei explicar o melhor caminho a seguir, também em vão. Nervoso por estar perdido, ele começou a reclamar de sua idade (79 anos) e que precisava trabalhar dia e noite para sustentar a família. Nesse ponto, eu só conseguia rezar e chorar. Finalmente, depois de algum tempo, ele conseguiu achar o caminho. Quando paramos, ele não queria me cobrar a corrida, o que obviamente não aceitei. Pediu desculpas, justificando que tinha um pouco de dificuldade auditiva. Saí do carro arrasada, me sentindo totalmente impotente frente ao abandono daquele senhor e de tantos idosos que, quando deveriam estar descansando e sendo cuidados, ainda precisam trabalhar tão duro.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Up in the air

Logo em seu início, o filme Up in the air (Amor sem escalas), me fez lembrar de uma fase muito marcante da minha vida. Filha mais velha, com uma irmã seis anos mais nova, acho que sempre fui muito responsável e madura, mesmo quando criança. Mas,  foi a demissão do meu pai, de uma empresa na qual trabalhou quase 30 anos, que realmente marcou minha passagem para a vida adulta. Embora ele tenha sido efetivamente o herói que eu imaginava em meus sonhos de menina, foi a primeira vez que o vi frágil, precisando do meu apoio e carinho, e isso mudou profundamente a minha forma de enxergar a vida.

No filme, Ryan Bingham (Geoge Clooney, mais lindo que nunca) é um especialista em demissões, pago para viajar pelos Estados Unidos despedindo funcionários de empresas afetadas pela crise. Frente a uma das piores notícias da vida, os recém-demitidos se desesperam, em geral, pela preocupação com o  futuro de suas famílias. Sem laços afetivos, e com um estilo de vida desapegado, passado em aeroportos, hotéis e carros alugados, Bingham tenta convencer os demitidos de que a vida ainda lhes reserva muitas possibilidades, e que todos os grandes homens da humanidade devem seus feitos a uma situação como aquela que estavam passando. Dentro do programa pós-demissional das empresas, ele faz ainda palestras para os desempregados, pregando exatamente esse desapego, a chamada "mochila vazia". Ele sugere que tudo que precisamos para viver pode ser carregado em uma mala de mão. Bagagens, leia-se laços pessoais e materiais, são âncoras que, quanto mais pesadas, mais reduzem nosso ritmo de locomoção pela vida, o que segundo ele, faz com que morramos mais rápido.

Entretanto, apesar de marcantes, as demissões são apenas o pano de fundo pelo qual passam questões como as escolhas pessoais e as "imposições" da vida moderna. Embora de forma pouco profunda, temas como ritmo de trabalho, casamento, filhos e fidelidade, são trazidos à tona, sugerindo reflexões como a que estou fazendo agora. Conclusões? Pouco prováveis que as terei...

Alguém mais assistiu para trocarmos figurinha? Para aqueles que não viram, recomendo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Flor e suas filhinhas






"E quando acaricio a cabeça do meu cão, sei que ele não exige que eu faça sentido ou me explique..."
(Clarice Lispector)