quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Impotência

Acabo de chegar em casa com um enorme nó na graganta e estou escrevendo para desabafar. Chegando de viagem, peguei um táxi dirigido por um senhor idoso com sérios problemas auditivos. Logo que entrei no carro e falei meu endereço, ele pediu que eu falasse mais alto, pois não estava ouvindo. Fui falando cada vez mais alto e ele continuava sem entender. Por fim, pareceu compreender, mas ao invés de me levar para a Rua Prof. Morais, pegou o caminho para a Av. Prudente de Morais. Quando percebi o erro, tentei alertá-lo, mas ele simplesmente não ouvia meus gritos. Fui obrigada a tocá-lo no ombro e berrar, como nunca me lembro de ter feito na vida. Fiquei muito nervosa e pedi que ele parasse o táxi, mas obviamente não fui ouvida. Tentei explicar o melhor caminho a seguir, também em vão. Nervoso por estar perdido, ele começou a reclamar de sua idade (79 anos) e que precisava trabalhar dia e noite para sustentar a família. Nesse ponto, eu só conseguia rezar e chorar. Finalmente, depois de algum tempo, ele conseguiu achar o caminho. Quando paramos, ele não queria me cobrar a corrida, o que obviamente não aceitei. Pediu desculpas, justificando que tinha um pouco de dificuldade auditiva. Saí do carro arrasada, me sentindo totalmente impotente frente ao abandono daquele senhor e de tantos idosos que, quando deveriam estar descansando e sendo cuidados, ainda precisam trabalhar tão duro.

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