quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dos livros que eu li...


Mulher Lendo - Van Gogh

Breve resenha das minhas últimas leituras.

O Livro do Sal (Monique Truong) - Para ser devorado. Um livro delicioso, elegante e sensual. A cozinha serve de pano de fundo para as revelações fascinantes das lendárias Gertrude Stein e Alice B.Toklas, e de seu cozinheiro Bìhn que, durante cinco anos preparou aromáticos repastos para a Geração Perdida na Paris do final da década de 20.

A Peste (Albert Camus) - A cidade assolada pela peste bubônica faz lembrar a infecção do Nazismo. O indivíduo descobre, por meio do desespero, a necessidade absoluta do coletivo na luta contra a vida e a morte. Um clássico imprescindível.

Fantasma Sai de Cena (Philip Roth) -A velhice tratada com realismo impressionante em suas múltiplas facetas - a solidão, as doenças limitantes, os desejos frustrados, a morte. Faz pensar no inevitável futuro.

A Quarentena (Le Clézio) - Uma fábula sobre a potência do amor. Um navio é posto em quarentena em uma ilhota próxima a Maurício em função da contaminação de um dos passageiros por uma epidemia de varíola. Os passageiros Europeus se vêem obrigados ao convívio com escravos indianos, ficando entregues à própria sorte. Em meio à doença, ao medo e à revolta surge um amor lendário.

Peixe Dourado (Le Clézio) - "Oh, peixe, peixinho dourado, cuide bem de si! Porque são tantas as armadilhas, tantas as redes aramadas para você neste mundo..." Fala das aventuras e desventuras de uma menina raptada aos seis anos de idade e vendida para uma velha senhora na África do Norte. Com a morte de sua dona, inicia-se sua vida errante, permeada de agressões, abandono, aprisionamento até o retorno ao ponto de partida, a volta às origens.

O Perfume (Patrick Süskind)- Tanto o livro quanto o filme são motivo de severas críticas. Eu amei ambos! Uma metáfora fantástica da busca da perfeição, do poder e do amor. Fala da busca de Grenouille, dotado de uma imensa sensibilidade olfativa, pela essência perfeita, do perfume que o tornaria um homem completo e amado. Para isso, ele extrai, tal qual um perfumista, a essência do corpo de várias mulheres. Adorei particularmente o tão mal falado final que é a expressão dos desejos mais íntimos e intensos das pessoas.

Equador (Miguel Sousa Tavares) - Fala do português Luís Bernardo que, no início do século XX,  troca a sua vida boêmia em Lisboa por uma missão patriótica na colônia de São Tomé - uma experiência que muda seu destino para sempre. Minha única crítica é quanto ao final, muito óbvio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário