sábado, 5 de junho de 2010

No dia do meio ambiente...




Às vezes, sou obrigada a concluir que a burrice humana não tem limites, e o pior é que às vezes se disfarça, utilizando bandeiras “politicamente corretas” como a tão controversa defesa do meio ambiente, agora chamada de “pegada ecológica”.

A motivação para escrever esse texto veio de mais um exemplo revoltante de completa ignorância apresentado no caderno intitulado “ambiente” da Folha de SP de hoje. Longe de desmerecer a profissão de jornalista, faço uma crítica, talvez dura, à facilidade de alguns em falar de assuntos que não possuem o menor domínio. Isso sim merecia censura pesada!

Vou falar de uma área para a qual eu dediquei os últimos 17 anos da minha vida, e por isso acho que possuo algum conhecimento: a produção animal. É revoltante ver um jornalista incitar a população a reduzir o seu consumo de proteínas de origem animal como meio de “salvar o planeta” e “acabar com a crueldade contra os animais”. Será que algum dos profissionais que escreveu sobre essas duas “bandeiras”, no referido caderno, já colocou os pés em uma fazenda produtora de leite ou carne? Provavelmente, como a maioria dos cidadãos brasileiros, nunca. E nas suas mentes férteis e “urbanóides”, pintam um quadro de completo horror – animais servindo como máquinas para uso humano, submetidos a todo tipo de crueldade e espoliados até os ossos por produtores endinheirados. Assim, fica fácil pregar que a produção animal é a grande vilã dos tempos modernos.

É claro que eles também não sabem que muitas cadeias produtivas, como a do leite, por exemplo, exige trabalho diário, inclusive em todos os feriados e dias santos, e que um produtor pode receber, em determinadas situações, menos de R$0,50 por litro de leite produzido. É ético pregar que as pessoas não devem consumir leite e, com isso, prejudicar uma atividade já tão penalizada? Talvez fosse menos cruel que eles simplesmente abandonassem a atividade e deixassem morrer uma grande porcentagem da população infantil brasileira, que tem no leite o seu principal alimento.

“Esquecem” também, falando apenas do lado social, que a atividade agropecuária é uma das mais importantes fontes de alimento, emprego e renda para a população brasileira. Não seria justo também pensar na preservação da espécie humana para que ela possa desfrutar do tão precioso meio ambiente?

Por que nenhum deles fala sobre o impacto ambiental causado pela sua saladinha ecologicamente correta? Por acaso alface e tomate não consomem água e não poluem o ambiente quando são produzidos? Acho também, que o mais correto seria que não se alimentassem, pois as plantas também são seres vivos, e devem “sentir” algum incômodo ao serem arrancadas da mãe natureza. Uma solução para essas pessoas tão evoluídas se manterem vivas poderia ser a fotossíntese.

Fica claro, também, que eles não sabem que o maior salto da evolução humana, em termos de desenvolvimento cerebral, ocorreu quando o homem incluiu em sua dieta vegetariana, as proteínas de origem animal. Talvez elas estejam fazendo falta em suas refeições...

2 comentários:

  1. Apoiado em gênero, número e grau. Tem muito jornalista que se acha no direito de escrever o que bem entende sobre qulquer assunto, sem sequer conhecer de verdade o tema. Parabéns pelo texto. Beijo

    ResponderExcluir